
Onde termina o cidadão e começa o professor?
Por vezes surgem questões que nos dividem em relação aos nossos princípios. Como se gerem esses conflitos interiores?
Para responder a isso talvez tenhamos de partir de uma idéia chave que, na minha opinião, servirá pelo menos como ponto de partida, não sei se como ponto de chegada ? Que é entender que a educação é uma prática social complexa, que não se resume exclusivamente à prática pedagógica, instrutiva, curricular, porque tem significados que nos situam no âmbito da política, das ideologias, das crenças, das mentalidades, e aí sabemos, e julgamos como positivo, que existe diversidade, pluralidade e mesmo conflite? O que, por vezes, significa confrontação de coletivo e de pessoas.Neste contexto, é natural que também surjam conflitos no plano pessoal. O importante, e considero esta uma questão fundamental quando nos situamos no plano da ética, é procurar ser coerente. A busca da coerência é uma tarefa difícil, que nos desafia permanentemente, que nos confronta com o que dizemos e o que fazemos o que pensamos e como atuamos. E mesmo sentindo essa coerência por vezes torna-se necessário interpretá-la, e hoje estamos perante situações que nos obrigam a tomar uma posição perante decisões políticas e realidades que muitas vezes desafiam a nossa consciência.